Domine as melhores práticas de auditoria independente no terceiro setor

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A auditoria independente no terceiro setor surge como um farol de transparência e confiança para as Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

No mundo atual, onde a fiscalização e a responsabilização são cada vez mais exigidas, esse processo se torna essencial para fortalecer a credibilidade dessas entidades.

Mais do que uma mera verificação contábil, a auditoria independente assegura que os recursos, muitas vezes provenientes de doações e repasses públicos, estão sendo aplicados de forma correta e eficaz, alinhada aos objetivos sociais da organização.

Em um segmento tão vital para o desenvolvimento social, ambiental e cultural, a auditoria independente é a chave para construir e manter a confiança de doadores, parceiros, beneficiários e da sociedade em geral.

Importância da auditoria independente para o Terceiro Setor

Apesar das obrigações legais, a importância da auditoria independente para o Terceiro Setor vai muito além delas. Ela funciona como a espinha dorsal da confiança para qualquer entidade privada sem fins lucrativos.

Pense na auditoria como um “selo de garantia” que assegura a doadores, parceiros e à sociedade que cada centavo foi bem utilizado.

Ela não só comprova a transparência das contas, mas também se torna um convite aberto para novos investimentos, já que financiadores se sentem mais seguros ao verem um histórico auditado.

Além disso, a auditoria é um espelho da própria organização, revelando pontos que podem ser fortalecidos pela gestão e ajudando a prevenir problemas antes que se tornem grandes dores de cabeça.

No fim das contas, a auditoria independente para o terceiro setor é um investimento direto na longevidade e sucesso da organização. Ela não se trata apenas de números, mas de confiança, responsabilidade e impacto social.

Normas e regulamentações 

A partir das características mencionadas acima, a auditoria independente no terceiro setor, assim como em qualquer outro campo, é guiada por um conjunto robusto de regras e regulamentos.

Essas normas existem para garantir que o trabalho do auditor seja sempre de alta qualidade, ético e, acima de tudo, confiável.

Aqui no Brasil, as principais diretrizes vêm do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), mas existem também leis específicas que afetam diretamente as organizações desse setor.

Um ponto importante é que, embora o Terceiro Setor seja composto por entidades privadas, muitas dessas organizações recebem recursos públicos e entregam serviços que beneficiam toda a sociedade.

Por isso, algumas das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP) acabam sendo super relevantes, especialmente para quem precisa prestar contas de como esses recursos públicos são usados.

Quando a auditoria independente é obrigatória?

A obrigatoriedade é definida por legislações específicas do setor.

A Lei nº 9.790/99 (Lei das OSCIPs), por exemplo, exige auditoria para Termos de Parceria acima de R$ 600 mil.

Já a Lei nº 12.101/2009 (Lei do CEBAS), determina indispensável a auditoria para entidades com receita bruta anual superior a R$ 4,8 milhões.

Sendo assim, o Marco Regulatório das OSCs (Lei nº 13.019/2014) reforça a importância da transparência e boa gestão dos recursos públicos e, por isso, muitos editais e termos de fomento já incluem a auditoria como exigência.

Desafios comuns na auditoria independente para o Terceiro Setor

Auditar uma OSC pode ser mais complexo que auditar uma empresa tradicional, devido à diversidade de fontes de recursos.

Afinal, cada fonte tem regras específicas de aplicação, e muitas organizações operam com equipes reduzidas e infraestrutura limitada.

Com equipes menores e, por vezes, menos recursos para investimentos em sistemas e controles, a organização pode ter dificuldades em organizar a documentação e os processos financeiros de forma impecável, o que acaba exigindo um esforço extra na hora da auditoria.

Outro ponto sensível é a gestão de voluntários, que, embora essencial para o setor, pode trazer desafios para o registro de horas, despesas e a segregação de funções, algo que os auditores olham com lupa.

Por fim, a própria cultura da organização, muitas vezes focada intensamente na causa social, pode não ter a mesma prioridade para a burocracia e os controles financeiros, o que exige um trabalho de conscientização e adaptação.

Planejamento da auditoria independente para o Terceiro Setor

Um bom planejamento é o segredo para uma auditoria eficaz no terceiro setor. O processo geralmente segue um passo a passo bem definido, começando por um profundo entendimento da organização.

Isso significa que o auditor precisa entender completamente a missão, valores, estrutura e riscos da organização. A partir dessa análise, a equipe de auditoria vai definir o escopo do trabalho.

Ou seja, nessa etapa é definido a profundidade da auditoria, bem como a materialidade, que representa o valor de referência utilizado para identificar quais informações ou desvios são relevantes o suficiente para exigir uma análise mais detalhada.

Por fim, elabora-se um cronograma detalhado e alocam-se os recursos necessários, como a equipe e as ferramentas de trabalho. Essa última etapa garante que tudo ocorra de forma organizada e dentro do prazo.

Implementação das melhores práticas na auditoria de terceiro setor

Na prática, a implementação da auditoria no terceiro setor envolve uma série de etapas sistemáticas para coletar e analisar as informações. Assim, o primeiro passo é a coleta de documentos e dados.

Em primeiro lugar, a equipe de auditoria acessa documentos financeiros e contábeis, desde balancetes, a extratos bancários e folha de pagamento.
Um exemplo prático seria analisar os Termos de Fomento ou Colaboração para identificar e se a prestação de contas seguiu todas as regras do repassador público.

Em seguida, vem a análise e testagem dos controles internos.
Aqui, os auditores verificam se os procedimentos internos da organização corroboram para proteger os ativos e garantir a confiabilidade dos registros.

A próxima etapa é a análise substantiva.
Nela, os auditores examinam os saldos das contas e as transações em si, para assegurar que as despesas são reais, corretamente registradas e vinculadas aos projetos.

Em organizações que atuam, por exemplo, na distribuição de alimentos, podem ser analisados registros de estoque e entregas aos beneficiários.

Ao final, todas as evidências reunidas servem de base para a opinião do auditor, formalizada no relatório de auditoria.

Como escolher a melhor auditoria independente para o Terceiro Setor

Escolher a auditoria certa é essencial para garantir transparência e credibilidade no terceiro setor. 

Dê preferência a profissionais ou empresas com experiência comprovada em OSCs, pois auditar uma organização social exige conhecimento das normas de captação de recursos e prestação de contas específicas.

Além disso, é de suma importância verificar as credenciais e registros no CFC e no CNAI, garantindo que o auditor esteja habilitado e atue conforme as normas éticas.

Como complemento, solicite propostas detalhadas, para avaliar não apenas o preço, mas o valor agregado em termos de metodologia, experiência e alinhamento com a sua realidade.

Por fim, priorize boa comunicação e compatibilidade com o projeto. O auditor ideal deve compreender a missão da sua organização e atuar como parceiro estratégico na busca pela melhoria contínua da gestão e da transparência.

Exigências para auditores independentes no Terceiro Setor

Escolher o time certo de auditores também faz toda a diferença.

E, para atuar como auditor independente, inclusive no Terceiro Setor, o profissional deve atender a requisitos técnicos e éticos rigorosos.

Primeiro, é indispensável possuir o registro de contador junto ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

para auditar demonstrações financeiras, é preciso estar inscrito no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI), o que requer aprovação no Exame de Qualificação Técnica.

Manter-se constantemente atualizado também é uma exigência. Afinal, os auditores precisam cumprir o Programa de Educação Profissional Continuada (EPC), por meio de cursos e eventos reconhecidos.

Outro princípio fundamental é a independência, que proíbe qualquer vínculo financeiro, profissional ou pessoal com a entidade auditada. 

Por fim, a conduta do auditor deve seguir padrões de ética, confidencialidade, integridade e profissionalismo, assegurando a credibilidade de seu parecer.

Importância do envolvimento das partes interessadas

O sucesso de uma auditoria no terceiro setor, além da união dos pontos mencionados ao longo deste artigo, depende especialmente do engajamento das partes interessadas.

Tendo a atenção da equipe, o processo inicia com a alta gestão e o conselho fiscal ou de administração, que devem demonstrar compromisso com a transparência, disponibilizando informações, recursos e apoio às recomendações apresentadas.

A equipe financeira e contábil exerce papel essencial ao fornecer documentos, esclarecer dúvidas e colaborar na análise dos dados. Esse diálogo constante permite que o auditor compreenda melhor a realidade operacional da organização, tornando o processo mais assertivo.

Quando há colaboração e comunicação aberta entre auditores e equipe interna, a auditoria deixa de ser percebida como uma mera fiscalização e passa a representar uma ferramenta estratégica de aprendizado, aprimoramento e fortalecimento institucional.

Monitoramento contínuo pós-auditoria independente no Terceiro Setor

Após estabelecer uma comunicação aberta entre as partes interessadas, chegamos ao que muitos acreditam ser o fim da auditoria independente, o relatório. No entanto, o relatório de auditoria não marca o fim do processo, mas o início de uma nova etapa.

O monitoramento contínuo pós-auditoria é essencial para garantir que as recomendações apresentadas sejam efetivamente aplicadas, resultando em melhorias reais na gestão da organização.

Essa fase envolve a implementação de ajustes nos processos, o fortalecimento dos controles internos e o investimento em capacitação da equipe. Ignorar essas recomendações significa desperdiçar uma oportunidade de aprimorar práticas e mitigar riscos.

Adicionalmente, o acompanhamento deve ser estruturado, com reuniões periódicas, planos de ação e prazos definidos, permitindo avaliar a eficácia das mudanças e assegurar que as deficiências identificadas estejam sendo corrigidas.

Portanto, ao adotar esse ciclo de auditoria, recomendação e monitoramento, a OSC fortalece a transparência, promove a melhoria contínua e consolida sua credibilidade institucional a longo prazo.

O papel estratégico da auditoria independente no Terceiro Setor

Então, fica claro que a auditoria independente no Terceiro Setor transcende a mera verificação de números.

Ela é um investimento estratégico na sustentabilidade e na reputação das organizações que tanto contribuem para a sociedade.

Portanto, adotar boas práticas de auditoria significa não apenas cumprir exigências legais, mas abraçar a transparência e a responsabilidade como valores intrínsecos.

Ao fazer isso, as OSCs fortalecem sua governança, otimizam seus recursos e, crucialmente, consolidam a confiança de todos que apoiam e se beneficiam de seu trabalho.

Por isso, a Alianzo firma seu compromisso com a excelência que pavimenta o caminho para um impacto social ainda maior e mais duradouro. Saiba mais falando com o time de especialistas da Alianzo!

Artigo escrito por Gabriel Seleguim, do time de Auditoria Alianzo!

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